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23 janeiro 2016

Highlights da Milano Moda Uomo (FW 16/17)


A Milano Moda Uomo (ou Semana de Moda Masculina de Milão) teve sua edição outono/inverno apresentada entre os dias 15 e 19 de Janeiro. Escolhi os 5 desfiles que mais me chamaram a atenção e fiz esse post de highlights para inspirar quem estiver procurando as últimas tendências/acontecimentos da moda (as coleções são de inverno, mas quem disse que não podemos adaptar as informações ao nosso cotidiano? kkkk). É a primeira vez que escrevo sobre uma temporada masculina aqui no blog, espero que gostem!


1. O homem elegante e moderno de Ferragamo

O desfile da grife Salvatore Ferragamo, nascida em Florença, trouxe para a passarela um homem elegante, jovem e bem vestido. Preciso confessar que foi o meu preferido da semana de Milão, e por isso quis deixar um tópico só para comentar sobre ele kkkk.
A alfaiataria aparece ajustada e combinada a suéteres e camisas com estampas geométricas, tudo dentro de uma paleta linda de tons terrosos. 
Com calças acima dos tornozelos, lenço amarrado no pescoço e casacos com modelagem limpa, a apresentação de Massimiliano Giornetti (diretor criativo da Ferragamo) traz uma coleção que equilibra itens clássicos com uma aura jovem e moderna.

2. Xadrez e sleepwear na Fendi

Na Fendi, o xadrez toma forma dos pés à cabeça. Em calças de pijama, robes e tem cara de conforto - confirmando que o sleepwear é a bola da vez! (se duvida, é só reparar nas pantufas kkkk). 
A marca, que já causou muita polêmica e foi alvo de protestos em portas de desfiles, é uma casa que usa peles em suas coleções. Porém, para o inverno masculino, investiu também em lã, feltro e seda para a variação de texturas. 


3. O homem futurista da Versace

Donatella Versace sabe como chamar atenção. O homem da Versace para o Inverno 2017 veio com ares de futurístico. Seja pelas aplicações metalizadas, o uso de cores espaciais (branco, cinza, preto, roxo, e tons de azul) ou pelas peças que tinham um shape mais justo.
O styling também mostrou combinações de alfaiataria com sportwear, além da famosa mochila com estampa espacial que ganhou as cores da coleção (pode mandar uma aqui pra casa, viu Donatella? kkkkk)
Looks exagerados ou não, aposto que muito do que passou na passarela pode ir fácil pras lojas.

4. A quebra de gêneros da Gucci

Sem dúvidas, a Gucci fez um dos desfiles mais divertidos da semana de Milão. Na apresentação, vemos toda essa temática colorida, vintage, exagerada (chame como quiser!) e características dos anos 70 nas diferentes estampas que marcam as peças. Sobreposições e combinações, com direito a camisetas do Snoopy, dão o tom divertido à coleção. E o principal: o gênero indefinido nas roupas de Alessandro Michele.


5. O pessimismo de Miuccia

Miuccia Prada sempre tem uma história para contar. A dessa vez é pesada e cheia de sombras, não só nas roupas, mas também no cenário.
Disfarçada de inspiração náutica, a verdadeira fonte para a nova coleção é um pessimismo que domina o mundo: guerra, crise, migração. Camisas desabadas e estampadas com as imagens do artista Christophe Chemin, punhos e golas em destaque, casacos pesados e uma paleta recheada de cores escuras fazem parte do styling do desfile.

FOTOS: Agência Fotosite, Marcos Tondo (indigitalimages.com) e Kadu Dantas (@kadudantas).




13 janeiro 2016

David Bowie: a vida e o legado na moda! (Texto de Vitória Santos)



Vamos iniciar falando de arte. O que é arte? Apesar do significado profundo, podemos verbalizar isso de forma simples. A arte pode ser simplesmente uma manifestação humana, realizada de várias maneiras, com diversas formas de linguagens. Cada manifestação tem um significado único e expressa ideias, emoções e até mesmo devaneios da raça humana. E é nessa linha de pensamento que percebo que cada linguagem da arte tem seus seguidores e criadores. Uns especialistas em música, outros em cinema, em dança... Mas é sempre admirável quando vem um e consegue reunir muitas linguagens numa só. Não é comum encontrarmos alguém capaz de fundir vários elementos artísticos num só. Acredite, a memória deste alguém vai resistir às passagens do tempo só por ter sido responsável por essa magnífica fusão. E assim chegamos em David Bowie. Tudo bem, você pode até não conhecer o camaleão do rock, mas sem dúvida alguma já viu aquele raio vermelho e azul estampado em camisetas, imagens bonitinhas do Tumblr ou em tatuagens (Se for um fã da Vogue, como eu, deve lembrar-se da Vogue UK de 2012, em que Kate Moss estampou o raio de Aladdin Sane na capa). E se você decidir pesquisar sobre ele agora, vai encontrar fontes óbvias dizendo que David era um artista musical. Mas não, ele foi bem mais que isso. Primeiro, não podemos desvincular a sua música da imagem. Sua obra vai além das ondas sonoras. Bowie foi responsável por uma revolução cultural que inovou não só a música, mas também a moda e a maneira de se vestir da época. Se hoje você vê notícias do filho de um ator famoso que está fazendo campanha de roupas femininas para desafiar essa questão de gênero e acha isso algo inovador, eu sugiro que volte umas casinhas e vá aos anos setenta, onde Bowie já desafiava tudo isso com sua rebeldia punk e glamour andrógino. 


Ok, música é arte. Mas onde a moda entra no meio de tudo isso? Eu entendo que a "numeração das artes" já está certinha e escolhida, e a moda não está na lista. Apesar de todas as tentativas de se explicar o que é a moda, nunca encontramos a palavra "arte" no meio delas. Não sei combinar cores e nem entendo muito esse amontoado de listras ou xadrez. Conheço Dior e Oscar de la Renta, adoro desfiles do SPFW e um dos meus humildes sonhos é participar da Semana de Moda de Nova York. Sei a importância da Coco Chanel para todas as mulheres, mas confesso que não sou nenhuma entendida desse assunto - na verdade, me acho totalmente ignorante. Mesmo tendo inúmeros ícones da moda como exemplo, vou citar logo a Blair Waldorf, de Gossip Girl (saudades!): "Moda é a arte mais poderosa que existe, é movimento, design, arquitetura, tudo em um. Mostra ao mundo quem somos e quem queríamos ser". E assim eu começo onde finalmente queria chegar. 

David Bowie mostrou que é completamente capaz de reunir música e moda de uma maneira esplêndida. Para ele, as roupas eram uma das principais formas de transmitir sua mensagem como músico. Dono de muitos alter-egos como Ziggy Stardust e Aladdin Sane, sua maneira de enxergar a moda fez parte de uma grande revolução cultural que até hoje temos como inspiração. David deixou sua marca no estilo, no design, no visual e, é claro, nas roupas. Seu trabalho não agradava apenas aos ouvidos, mas também aos olhos. Não foi à toa que precisaram fazer uma grande exposição no Victoria and Albert Museum em 2013 (e também no Museu de Imagem e Som em São Paulo) para mostrar suas 300 peças que o acompanharam em sua carreira. Grandes estilistas como Alexander McQueen (que desenhou suas roupas para a turnê Earthling em 1997) fizeram parte da vida de David e foram influenciados (direta ou indiretamente) por ele. Giorgio Armani desenhou suas roupas para a turnê Sound and Vision em 1990 e Kansai Yamamoto esteve presente em diversas turnês de Bowie. 


Além de tudo isso, ainda é preciso ressaltar o legado que o cantor inglês de olhos de duas cores nos deixou. Assim como o muro de Berlim foi derrubado, que caia também a barreira entre a roupa masculina e feminina! Suas personas mostraram que não é necessário seguir padrões e por mais que o gênero na moda seja algo bastante discutido atualmente, há décadas esse tabu foi quebrado por David Bowie. O mundo da moda já admitiu há tempos a importância da sua influência: Jean Paul Gaultier, Jonathan Saunders, Hedi Slimane... Bowie é nada mais que um desfile de moda ambulante. E sua androginia, sua liberdade de misturar formas, cores e brilhos, seus saltos altos e maquiagens, seus ternos e maiôs, tudo isso causou impacto no mundo visual como um meteoro que nunca vamos superar e nos trouxe mais uma explicação para a moda, que além de ser uma expressão, uma arte, um movimento visual, é também uma ideia de liberdade.  



TEXTO: Vitória Santos (Que além de homenagear esse ícone, esteve disposta a escrever de madrugada ❤)

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